Acessibilidade
.
.
.
.
.
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
.
.
.
Notícias por Categoria
21 de Novembro de 2018, aniversário da cidade
“Paraíso das Águas e da Fé”
A Fundação
Seus fundadores, Mathias Lopes e seu filho Zuzarte Lopes, erigiram uma tosca capela sob a invocação de Nossa Senhora de Nazaré, no topo de uma montanha de 1030 metros de altitude, banhada em seu sopé pelo Rio Atibainha.
Um outro registro manuscrito, antigo e bastante significativo, é o constante do verso da primeira folha do Livro nº 1 de Batizados da paróquia de Nazaré (3):
“A Fregª foi creada no anno de 1682, depois de interdita no anno de 1676. Retornou após no anno de 1688”.
Esta verdadeira certidão de nascimento nos permite deduzir que o núcleo primitivo que deu origem ao povoado teve sua origem muito antes de 1676, porquanto nesse ano a capela foi interditada, sendo restabelecido o seu curato em 1682, só tendo pároco efetivo em 1688, quando se procederam e foram registrados os primeiros batizados. Diante dessa dificuldade em se precisar o ano da fundação, acatou-se o ano de 1676, quando foi construída a capela, como sendo o ano oficial da fundação de Nazaré Paulista.
A Capela
A pequena e rústica Capela de 1676, declarada curada em 1682 e considerada paróquia em 1688, com suas sucessivas reformas e ampliações deu origem à nossa atual, bonita e querida igreja, que é a mais antiga da Diocese de Bragança Paulista e que tem como padroeira a Nossa Senhora de Nazaré, com a sua atual imagem centrada no altar-mor, trazida de Barcelona, Espanha em 1916, com os seus pilares de sustentação em estilo romano e com suas ricas pinturas a óleo em suas paredes e em seu teto.
Desde a sua fundação Nazaré Paulista tem nos princípios cristãos e na sua Igreja o centro e o núcleo de seu modo de vida, de agir e de pensar. Devoto, religioso e festeiro, o nazareano tem na sua igreja, no seu pátio e no seu salão paroquial o lugar de encontro, das reuniões, das discussões, das decisões e das orações. E assim tem sido desde os tempos remotos de sua primeira capela.
Essa capela foi assim descrita pelo Padre Manoel Cardoso de Lima, em 1690, conforme texto manuscrito constante do já citado Livro-Tombo nº 1:
“Tem a dita Igreja três altares, o altar mor esta na capella mor, e tem três imagens. Uma é nossa Senhora de Nazareth que esta no meio do altar, e santo Antônio que esta da parte do evangelho, e Sam Miguel que esta na parte da epístola; tem sacrário postiço, tem tribuna, tem dois altares colaterais que estam encostados no arco da igreja… Essa igreja é feita de taipa… tem casa do consistório… tem pia batismal que é de pao, tem um sino… não tem torre nem campanário…”
Os Fundadores
Foram fundadores de Nazareth, Mathias Lopes e Zuzarte Lopes de Medeiros.
Mathias Lopes, casado com Catharina do Prado, era filho de Mathias Lopes (o primeiro) e de Catharina de Medeiros, neto do português Salvador Pires, o qual veio para o Brasil com seu pai, João Pires, chamado “o gago”, na nau de Martim Afonso de Souza, que depois de navegar pela costa brasileira até o Rio Prata, desembarcou em São Vicente em 22 de janeiro de 1532, dando início à colonização de nosso país.
As Denominações e Emancipações
Nazaré Paulista contou ao longo de sua existência, desde a sua fundação até os dias atuais, com diversas denominações e emancipações, e que resultaram em promoções, evoluções e alterações em sua vida administrativa, política, religiosa, judiciária e até em suas divisas e limites territoriais. Assim vamos encontrar:
–Capela de Nossa Senhora de Nazareth (1676): Seus fundadores desejando testemunhar sua fé, escolheram o terreno no mais alto da montanha e construíram a ermida, o pequeno templo para a prática do culto religioso e, quando da vinda esporádica de um padre, eram ministrados os sacramentos do batismo, da eucaristia e da bênção nupcial.
–Capela Curada de Nossa Senhora de Nazareth (1682): Os primeiros moradores construíram suas casas ao redor da capela, deixando um largo ou pátio ao seu redor e passam a reclamar a presença e a residência de um padre próprio. Tal é conseguido em 1682, quando, por provisão do Bispado, na época do Rio de Janeiro, é a capela declarada “curada”, considerada paróquia e é nomeado o seu primeiro administrador, o Padre Pantaleão de Souza Pereira.
– “Freguezia” de Nazareth (1731): A comunidade eclesiástica, tendo e mantendo o padre por conta de seus paroquianos, foi elevada à condição de “freguezia”, como sendo uma instituição oficial, com administração eclesiástica e civil, subordinada administrativamente a uma vila, inicialmente a “Villa de São Paulo”, e depois, em 1769, à “Villa de Atibaia”.
-Vila de Nazareth (1850): A Freguesia de Nazaré é elevada à categoria de Vila pela Lei nº 15, de 10 de junho de 1850, decretada pela Assembléia Legislativa Provincial e sancionada pelo Presidente da Província de São Paulo, Vicente Pires da Motta. A partir de então Nazaré passava a ter governo próprio, compreendendo os distritos de Bom Jesus dos Perdões e de Santo Antônio da Cachoeira (Piracaia), os quais foram elevados à categoria de Vila (equivalente a município) em 1859 e 1959 respectivamente, desvinculando-se de Nazaré.
–Cidade de Nazareth (1906): A sede da Vila, esta já equivalente a Município, é elevada à categoria de cidade pela Lei nº 1038, de 19 de dezembro de 1906. .
–Município de Nazaré Paulista (1944): Através do Decreto-Lei nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, o então “Município de Nazareth” passa a denominar-se Município de Nazaré Paulista para distinguir-se de seus homônimos e evitar as constantes confusões com correspondência e embaraços ao correio nacional.
E fazemos tudo isso compenetrados nos ensinamentos de nosso Divino Mestre:
“Tive sede e deste me de beber”. “Ainda que derdes em meu nome um simples copo de água, sereis recompensados”.
É por tudo isso que Nazaré Paulista é uma terra abençoada e, tal qual a Terra Santa de “Jesus de Nazaré”, é chamada de “Paraíso das Águas e da Fé”.
Resumo Extraido do Livro de Nazareth à Nazaré Paulista
Oscar Tereza Pinheiro do Carmo
.
.
.
.